O dinheiro ou o testamento do cachorro
(Leandro Gomes de Barros)
O dinheiro neste mundo
Não há força que o
debande
Nem perigo que o
enfrente
Nem senhoria que o mande
Tudo está abaixo dele
Só ele ali é o grande.
Ele impera sobre um
trono
Cercado por ambição
O chaleirismo a seus pés
Sempre está de prontidão
Perguntando-lhe com
cuidado:
- O que lhe falta,
patrão?
No dinheiro tem-se visto
Nobreza desconhecida
Meios que ganham questão
Ainda estando perdida
Honra por meio da
infâmia
Gloria mal adquirida
Porque só mesmo o
dinheiro
Tem maior utilidade
É o farol que mais
brilha
Perante a sociedade
O código dali é ele
A lei é sua vontade.
O homem tendo dinheiro
Mata até o próprio pai
A justiça fecha os olhos
A polícia lá não vai
Passam-se cinco ou seis
meses
Vai indo, o processo
cai.