quinta-feira, 7 de maio de 2020

LEANDRO GOMES DE BARROS: BREVE BIOGRAFIA

Fonte: wikipedia

Leandro Gomes de Barros, filho de José Gomes de Barros e Adelaide Xavier de Farias, nasceu provavelmente no dia 19 de novembro de 1865 (ou 1860), na Fazenda Melancia, em Pombal - Paraíba, hoje pertencente ao município de Paulista. Viveu nesse lugar parte da sua infância, quando por volta de 10 anos de idade, após o falecimento do seu pai, mudou-se para o município de Teixeira - PB, com sua mãe, seus irmãos (Daniel, Adonias, Cândida e Raimunda) e seus avós maternos (Manoel e Antônia). Nesse outro lugar, morou com o seu tio materno, o padre Vicente Xavier de Farias, que se tornou tutor de sua família.

Na cidade de Teixeira, passou toda a sua juventude, sob a tutela do Padre Vicente, vigário da igreja de Santa Maria Madalena, professor de latim e também um líder político muito influente. Lá Leandro encontrou um ambiente favorável para iniciar os seus primeiros versos, visto que o lugarejo abraçou os pioneiros da poesia popular nordestina, como Francisco Romano Caluête, que travou uma peleja de dias com Inácio da Catingueira, e Agostinho Nunes da Costa, conhecidos por terem sido grandes cantadores daquela época. Devido aos maus-tratos do padre Vicente e brigas por causa de uma herança, Leandro deixou Teixeira - PB e mudou-se para Vitória de Santo Antão - PE, aos 15 anos de idade. Posteriormente morou em Palmares, Jaboatão dos Guararapes e Recife, ambos no Pernambuco. Nesse estado, aos 28 anos de idade, casou-se com Venustiniana Eulália de Sousa, com quem teve quatro filhos, Rachel, Esaú, Julieta e Herodías.

Leandro Gomes de Barros era um jovem branco, de olhos azuis, pouca barba e bigode fino e loiro. Viveu exclusivamente de escrever, imprimir e vender seus folhetos , viajando pelos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Seus folhetos também eram vendidos na região norte, através da venda direta e da distribuição dos correios. Contudo, muitos de  seus cordéis eram plagiados e pirateados.

Ao contrário do que muitos pensam, Leandro foi um homem que desde cedo teve contato com as letras, fazendo cair por terra o mito de que a literatura de cordel era produzida exclusivamente por poetas analfabetos, semianalfabetos ou iletrados. Seu pai, na juventude, foi seminarista e teve o conhecimento das escrituras sagradas, incentivando os seus filhos a fazerem a leitura da bíblia. O seu tio materno e tutor, padre Vicente, por sua vez, era professor de latim, proporcionando-o o contato com diversos livros da época. Leandro com frequência lia livros, jornais, revistas, almanaques, além das publicações de clássicos que circulavam entre as cidades nordestinas, com enredos advindos da península ibérica, embora totalmente diferentes do que a literatura de cordel se tornou. O seu amigo íntimo, Francisco das Chagas Batista, também era poeta e imprimia seus folhetos na capital paraibana, onde era dono de uma livraria. Pedro Batista, irmão de Francisco, era genro de Leandro e  também dono de uma livraria na cidade Guarabira - PB. Através deles, o paraibano teve a oportunidade de estar em contato com muitas obras da literatura canônica, tornando-se o precursor da literatura de cordel brasileira.

Leandro Gomes de Barros faleceu no dia 04 de março de 1918, na cidade de Recife, capital pernambucana, com 52 anos de idade, em decorrência de um aneurisma, segundo consta na sua certidão de óbito. Após a sua morte, Pedro Batista continuou editando a produção bibliográfica do sogro até que após um desentendimento entre ele e Dona Venustiniana, a viúva do poeta decidiu vender os direitos autorais da obra de Leandro ao também poeta João Martins de Athayde, em 1921. De posse desses folhetos, Athayde começou a inserir o seu nome nos cordéis como autor-proprietário. Depois disso passou a adulterar os folhetos, suprimindo o nome de Leandro e deixando apenas o seu, dando a entender que ele fosse o autor dos títulos. Entretanto, a produção deste ilustre poeta é singular, rica nos temas e na linguagem, atual ao ponto de cativar leitores com obras centenárias, inspirando novos poetas, mantendo viva uma das expressões mais autênticas da cultura nordestina.

Leandro Gomes de Barros escreveu centenas de cordéis. Eis alguns deles:


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Fontes:
VIANNA, Arielvaldo. Leandro Gomes de Barros: vida e obra. Mossoró: Queima Bucha, 2014.
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa5873/leandro-gomes-de-barros
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leandro_Gomes_de_Barros
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/leandro_biografia.html
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=319&Itemid=191

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