sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

CORDELENDO DESEJA AOS SEUS LEITORES UM FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO

UM PRESENTE DE NATAL

Papai Noel, na noite que passou,
Não mandou meu presente e eu chorei tanto,
Que minha mãe pra consolar meu pranto,
Já sem poder falar, também chorou.

- Eu creio, filho, que ele não gostou
Das peraltices que tens feito, enquanto,
Eu me quedei, resignado a um canto,
Curtindo a dor que o fato me causou.

- A minha roupa, mãe, rasgada assim...
Papai Noel nem se lembrou de mim?
No outro Natal não vou pedir mais nada.

Somente ao meu vizinho, que é normal,
Se receber presente de Natal,
Mandar pra mim sua roupinha usada.

(Jaime Araújo, poeta patoense)


"Os magos", xilogravura de Ciro Fernandes, 2004


Como muitos sabem, este blog foi criado no ano de 2016 com o intuito de ser uma ponte entre a literatura de cordel e os alunos de um projeto de extensão chamado "Cordelendo", o qual eu coordenava. Por motivos superiores o projeto acabou e eu, sem ânimo, passei alguns anos sem postar quase nada. No final do ano passado retomei os trabalhos do blog, mas nesse ano de 2020 consegui me dedicar muito mais, talvez por ter ficado mais tempo em casa, trabalhando em home office, devido à pandemia e ao isolamento social.

Ter passado horas e horas pesquisando sobre literatura de cordel, lendo clássicos, bem como novos folhetos... ter conhecido cordelistas que eu não conhecia... ter admirado muita xilogravura... ter procurado conhecer os poetas da minha cidade, Patos - PB... tudo isso me deixou muito satisfeita.

Muito obrigada a todos vocês que constantemente visitam o blog (só este ano tivemos mais de 30 mil acessos), compartilham as postagens e interagem conosco.


Gratidão!


Desejo a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo!
Continuaremos juntos em 2021, se Deus quiser!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

LITERATURA PATOENSE: A POESIA DE JOSÉ ROMILDO DE SOUSA

SOU


Sou como o amor: puro e sincero
a lágrima: irremediável e passageira
o mar: salgado e rebelde
a dor: profunda e mortífera
a lua: límpida e invejada
o ferro: forte e resistente
a solidão: amarga e insípida
a brisa: mansa e acolhedora
o dia: agitado e barulhento
a vida: crente na vinda da morte.

Sou assim como sou,
enquanto existirem razões para assim ser.

DESEJO


Um desejo
incontido
me invade
só em visualizar
a tua imagem
viçosa e bela.

MEU VERBO: PARADOXO EXISTENCIAL


Meu verbo vai muito além de mim,
de você
da cidade,
da montanha,
do amor,
do ódio,
da paz,
da guerra,
da vida,
da morte.

Meu verbo... mundo meu!

Meu verbo encontra guarita no que sinto por você,
no que sentes por mim,
nas flores perfumadas,
no trânsito interditado,
na aversão pessoal,
alumiar das estrelas,
na febre amarela,
nos direitos humanos,
no concorrido féretro,
no cotidiano esperançoso.

Com meu verbo edifico o mundo!



Fonte: ihgp

Gostou dos poemas de José Romildo de Sousa?
Qual deles você mais gostou?